quarta-feira, 28 de abril de 2021

 

Então, eu cheguei até aqui...

Não sei bem como e nem por onde, mas aqui estou eu. Fico pensando no que me tornou a pessoa que sou hoje – todas as falhas, todas as conquistas, minhas forças, virtudes e medos.

Não acredito em predestinação, sou do time que entende que toda ação gera uma reação e assim a vida se constrói. No entanto, o que me levou a ser dessa forma? Por que será que reagi de “N” maneiras aos acontecimentos pelos quais passei?

Do que somos feitos? Como nos tornamos o que somos, mesmo sem querer ou agir para tanto? De que lugar saem nossa moral, ética e dogmas? O que é essa coisa, que chamamos de consciência e que nos molda?

A minha certeza é a de que não somos uma folha em branco (mil desculpas, Mr. John Locke), porque se assim fosse, eu não seria quem sou hoje.

Por hoje é só – a terapia me deixou pensativa e quero digerir esse tanto de dúvidas!


Who am I? Firewind (No meu caso, não sei, só sei que sou assim!)

quarta-feira, 14 de abril de 2021

 

PERDÃO, A CULPA NÃO FOI MINHA...

Quando criança aprendi que não deveria mentir, e sempre deveria assumir os meus erros, pois só é justo e corajoso quem “bate no peito”. Era uma fala semelhante à que muitos meninos crescem ouvindo: “Seja homem!”, mas com outras palavras.

Desde cedo, aprendi que era responsável pelo que os outros sentiam. Tive uma mãe extremamente narcisista, que ao menor sinal de descontentamento com algo que eu fazia / deixava de fazer, soltava a frase que mais impactou a minha infância: “Eu vou me atirar debaixo de um trem.”  (Você deve imaginar o pavor que tenho de trens. E hoje, moro bem ao lado da via férrea, escuto trens passando a cada meia hora.)

Essa semana, li um artigo de opinião maravilhoso no espaço Universa, do portal UOL. O título é: Por que nós, mulheres, estamos sempre pedindo desculpas? Muito bem escrito pela Daniela Cachich, que é sênior vice-presidente de marketing da PepsiCo Brasil Alimentos, e também porta-voz da campanha #megostosemdesculpas.

No texto, ela fala de maneira bem clara a respeito da coisa que mais me incomoda como pessoa: desculpar-se por uma culpa que não lhe pertence. Desculpar-se por ser quem é, como é. Preste atenção ao trecho a seguir, extraído do texto de Daniela:

“Somos ensinadas que não somos responsáveis só pelos nossos próprios sentimentos, mas também pelo dos outros. Meninas são ensinadas a respeitar mais o que as outras pessoas pensam do que seus próprios pensamentos ou sentimentos.”

E é exatamente isso. Cada palavra desse trecho é real. Ser mulher, aos poucos, torna-se um peso. Para quem tem o mínimo de empatia, viver com a culpa é devastador. O pior, é que ela, a culpa, anda de mãos dadas com a vergonha. Vergonha do que talvez tenhamos levado os outros a fazer, vergonha porque o outro sofreu com o seu NÃO, vergonha por existir e por aí vai.

A destruição emocional é tanta, que faço terapia para lidar com isso. Sim! Faço terapia para deixar de me culpar pela atitude alheia, para pensar no meu próprio bem-estar antes da vontade do outro. E isso é cruel. Precisar que alguém me diga que eu não sou responsável pelo poço em que o terceiro se atirou sozinho.

É preciso, com urgência, que a nossa sociedade pare com isso. Não se pode criar meninas que se tornarão mulheres culpadas, não podemos permitir que meninas cresçam atadas às bigornas psicológicas. Falo isso, porque é assim que me sinto.  

Precisamos criar mulheres fortes, que “batam no peito” e assumam apenas o que está sob o controle delas. E parar de criar meninos que entregam o rumo de suas vidas e sua felicidade na mão das mulheres.

Se a culpa é minha, não coloco em quem eu quiser; se é sua, não coloque nos outros!

 Link para o artigo, não deixem de ler

quarta-feira, 7 de abril de 2021

 

Quem sou eu? Aonde estou? Pra onde vou?

Não sei ao certo nenhuma das respostas para as questões acima, mas sigo buscando. As únicas respostas que tenho na vida são a respeito de quem eu não quero ser, aonde não quero estar e pra onde não quero ir. Eu não sei o que quero, porém o que NÃO quero está bem delineado na minha mente. Sei o que NÃO aceito na minha vida, sei o tipo de pessoa com o qual NÃO quero me envolver.

Decidir o que queremos é mais difícil do que decidir o que não queremos. Não sei se é graças ao instinto de autopreservação - mesmo assim, sou grata ao meu eu interior, que sempre tá aqui, mostrando que nem tudo vale o desgaste.

Na terapia de hoje, veio o questionamento sobre os prós e os contras das decisões que tomei ultimamente. Pude enxergar que mesmo sendo lançada à solidão, sentir o gosto da liberdade é maravilhoso. Estar preso a algo ou alguém é enlouquecedor. Eu escolhi a mim antes de qualquer coisa, e fiz a coisa certa.

Hoje consigo separar o que me faz bem do que quero por capricho. Ser independente de verdade é libertador. Posso planejar algo ou não, a escolha será sempre minha e só afetará a mim. Eu decido por mim, escolho como quero, faço da maneira que gosto. Pode parecer bobagem, só que priorizar-se é a melhor sensação que existe.

Aprenda uma coisa, gafanhoto: viva e deixe viver, seja feliz consigo mesmo, e não se envolva com quem não é feliz sozinho. Não deixe que os outros tornem-se dependentes de você e jamais seja dependente de outra pessoa.